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terça-feira, 1 de setembro de 2009

Por Onde Anda?? Luciano

Luciano(ex-Trem da Alegria)


Ao abandonar o grupo infantil Trem da Alegria, em 1988, o então adolescente Luciano Nassyn levou um choque. Pela primeira vez em 10 anos, ele não teria mais shows, viagens com o grupo, bagunças no aeroporto e brincadeiras em saguões de hotel. “Eu estava fora dos holofotes. Foi o pior momento da minha carreira”, contou o músico em entrevista ao EGO.

Filho de músicos, Luciano começou cedo na vida artística. Aos quatro anos, participava de comerciais para a TV e fazia shows infantis ao lado de palhaços. No início dos anos 80, sua carreira despontou ao participar do Festival Internacional da Criança, promovido pela BMG, na época RCA. Foi onde conheceu Patrícia Marx. “Gravamos o disco ‘Clube da Criança’ com Xuxa, Pelé e Carequinha”, disse Luciano. Depois, com a entrada de Juninho Bill e Vanessa, formaram o Trem da Alegria, que virou sucesso no Brasil inteiro com hits infantis. O segundo disco, com músicas como “He-Man”, “Fera Neném” e “Piuí Abacaxi”, vendeu mais de um milhão de cópias.

Das boas lembranças da carreira-mirim, ficaram as viagens divertidas com a turma, bagunças em quartos de hotel e até jogo de futebol em aeroporto. “Uma vez nós estávamos em um hotel com a galera do Dominó e quebramos uma vidraça”, diverte-se Luciano. O grupo também abriu vários shows da turnê dos Menudos (boy band de Porto Rico que virou febre adolescente) no Brasil. “A gente viajava no mesmo ônibus. Na época tive mais contato com o Robbie e o Charlie, eles eram muito legais. Anos depois, bati um papo no MSN com o Roy”, disse.

Ao sair da banda, aos 14, Luciano começou a estudar guitarra e iniciou uma fase, segundo ele, de “estudo e vivência”. “Não poderia compor se não tivesse experiência de vida”. Lançou um disco solo, concorreu ao prêmio Sharp, mas a carreira não foi pra frente por problemas de divulgação.

Decidido a deixar a música de lado para tentar outros ramos, Luciano fez de tudo: foi dono de confecção e trabalhou com carros, sua outra paixão. "Mas tinha sempre um amigo me chamando para tocar em festinhas. De certa forma, a música veio atrás de mim”.

Com este pensamento em mente, o cantor resolveu voltar às raízes. Deixou o cabelo crescer e se dedicou ao rock, seu estilo preferido. “Meu som era pesado, inspirado em bandas como o Sister of a Down”. Mas, segundo ele, as pessoas estranharam o contraste do Luciano de ar angelical, do Trem, com o cabeludo roqueiro de 20 e poucos anos. E mais uma vez não deu certo.

A grande virada aconteceu no início dos anos 2000, quando o revival dos anos 80 fez ressurgir artistas já quase esquecidos pelo público. Luciano passou a fazer shows pegando carona na onda oitentista. Participou do DVD da festa carioca Ploc 80’s e o sucesso voltou.

Agora, aos 35 anos, Luciano acaba de lançar o disco “Um algo além”, produzido por Fernando Nunes, que já trabalhou com Cássia Eller e Zeca Baleiro, e tem feito shows no eixo Rio-São Paulo. Seu perfil no MySpace tem cerca de 300 mil visitas, as quais Luciano credita ao boca-a-boca virtual. “Tenho fãs de 14 anos que gostam das minhas músicas de hoje e não conhecem o Trem da Alegria. Mas também tem um pessoal que era criança nos anos 80 e hoje continua curtindo meu som”.

Seu som, aliás, hoje é pop rock e remete a grupos como Capital Inicial e J. Quest. Mas nos shows, ele e a banda fazem covers de tudo o que o público pede. “Não importa se é sertanejo, axé, infantil... Cantamos até Wando. É divertido, animado”, avalia Nassyn, que se apresenta no Rio, no Circo Voador, no dia 25 de abril

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